domingo, 14 de junho de 2015
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Como organizar uma quadrilha junina
Caminho da festa: Os pares seguem atrás dos noivos, iniciando a dança e parando em determinado momento no centro terreiro.Anariê (do francês en arrière, para trás): as damas e os cavalheiros se separam (4 metros, aproximadamente), formando duas colunas.
Os cavalheiros cumprimentam as damas: eles se aproximam das damas, cumprimentando-as. Flexionam o tronco, mantendo a cabeça erguida, e voltam a seus lugares, caminhando de costas.
As damas cumprimentam os cavalheiros: elas repetem a evolução dos cavalheiros.
Saudação geral: tanto as damas como os cavalheiros andam para a frente e, quando se encontram, cumprimentam-se.
“Balancê” e “tur” (balanceio e giro): damas e cavalheiros fazem o passo no lugar, balançando os braços naturalmente, e giram dançando juntos.
Grande passeio: as damas colocam-se à direita dos cavalheiros e os dois dão-se os braços. Do lado de fora o outro braço continua balanceando ao longo do corpo. Formam um círculo e seguem dançando. Quando o marcador anuncia nova evolução, a progressão cessa e os participantes fazem o que foi ordenado.
“Changê” de damas (trocar de damas): no grande passeio, os cavalheiros avançam e colocam-se ao lado da dama imediatamente à frente. Se for dito “mais uma vez”, repetem o movimento. Os comandos “passar duas” e “passar quatro” também são executados pelo cavalheiro.
Olha o túnel: os noivos, que estão na frente, param e elevam os braços internos para cima e, de mãos dadas, fazem o túnel. O segundo par flexiona o tronco, passa pelo túnel, coloca-se à frente dos noivos e eleva os braços, e assim sucessivamente, até que todos passem. Executa-se o passo no lugar durante essa evolução.
Segue o passeio: é a voz de comando para que o grande passeio continue.
Caminho da roça: as fileiras de damas e cavalheiros fundem-se, formando uma só coluna. O primeiro segura, com as mãos à altura dos ombros, as mãos de quem está atrás. Os demais colocam as mãos nos ombros de quem está à sua frente. A coluna progride, fazendo curvas para um lado e para outro, como se fosse uma serpente. O marcador da quadrilha continua dando voz de comando.
Olha a chuva!: todos dão meia-volta.
Já passou!: todos dão meia-volta novamente dizendo “ehh!”.
Olha a cobra!: as damas gritam e pulam, os cavalheiros procuram segurá-las em seus braços.
É mentira!: os “caipiras” ou “ matutos” continuam o passo e gritam “uhh!”.
A ponte quebrou!: todos dão meia-volta novamente.
Já consertou!: voltam a dançar no outro sentido.
Olha o caracol!: em coluna e com as mãos ainda sobre os ombros de quem está à frente, todos obedecem às ordens do marcador, que começará a descrever um percurso cheio de curvas que fazem lembrar o casco de um caracol. Quando o marcador disser “desvirar”, o guia deverá fazer as curvas em sentido contrário, voltando a dançar em linha reta.
Formar a grande roda: os participantes da quadrilha dão as mãos formando uma grande roda e, ao ouvir a voz de comando “à direita”, “à esquerda”, deverão se deslocar no sentido determinado pelo marcador.
Damas ao centro: as damas formam uma roda no centro e deslocam-se no sentido indicado pelo marcador.
Coroa de rosas: os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços na vertical sobre a cabeça das damas, como se as coroassem, depois abaixam os braços passando-os pela frente, até a altura da cintura das damas, contornando-as. Fazem o passo no lugar durante a coroação. Depois podem deslocar-se “à direita” e “à esquerda”.
Coroa de espinhos: nesse momento, são as damas quem elevam os braços sobre a cabeça dos cavalheiros, coroando-os.
Olha o grande passeio!: repetem a formação descrita anteriormente.Vai começar o grande baile.
Olha a valsa dos noivos!: os noivos entram no centro da roda e dançam juntos.
Olha os padrinhos!: os padrinhos dançam no centro da roda.
Baile geral!: todos os pares dançam no centro da roda.O grande baile está acabando.
Vamos nos despedir do pessoal!: todos executam a evolução do grande baile e se retiram do centro do terreiro, despedindo-se das pessoas que estão assistindo.
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
As Comemorações Juninas no Brasil
Na Europa, os festejos do solstício
de verão foram adaptados à
cultura local, de modo que em Portugal foi
incluída a festa de Santo Antônio de Lisboa
ou de Pádua, em 13 de junho. A tradição
cristã completou o ciclo com os festejos de
São Pedro e São Paulo, ambos apóstolos
da maior importância, homenageados em
29 de junho.
Quando os portugueses iniciaram o
empreendimento colonial no Brasil, a partir
de 1500, as festas de São João eram ainda
o centro das comemorações de junho.
Alguns cronistas contam que os jesuítas
acendiam fogueiras e tochas em junho,
provocando grande atração sobre os
indígenas.
Mesmo que no Brasil essa época marcasse o início do inverno, ela coincidia com
a realização dos rituais mais importantes
para os povos que aqui viviam, referentes
à preparação dos novos plantios e às
colheitas. O período que vai de junho a
setembro é a época da seca em muitas
regiões do Brasil, quando os rios estão
baixos e o solo pronto para enfrentar o
plantio. Derruba-se a mata, queimam-se
as ramagens para limpar o terreno, que é
adubado com as cinzas, e a seguir começa
o plantio. É a técnica da oivara, tão
difundida entre os povos do continente
americano.
Nessa época os roçados velhos, do
ano anterior, ainda estão em pleno vigor,
repletos de mandioca, cará, inhame,
batata-doce, banana, abóbora, abacaxi,
e a colheita de milho, feijão e amendoim
ainda se encontra em período de consumo.22
Esse é um tempo bom para pescar e caçar.
Uma série ritual, que dura todo o período,
inclui um conjunto muito variado de festas
que congregam as comunidades indígenas
em danças, cantos, rezas e muita fartura
de comida. Deve-se agradecer a abundância, reforçar os laços de parentesco (as
festas são uma ótima ocasião para alianças matrimoniais), reverenciar as divindades aliadas e rezar forte para que os
espíritos malignos não impeçam a fertilidade. O ato de atear fogo para limpar
o mato, além de fertilizar o solo, serve
principalmente para afastar esses espíritos
malignos.
Houve, portanto, certa coincidência
entre o propósito católico de atrair os índios
ao convívio missionário catequético e as
práticas rituais indígenas, simbolizadas
pelas fogueiras de São João. Talvez seja por
causa disso que os festejos juninos tenham
tomado as proporções e a importância que
adquiriram no calendário das festas
brasileiras.
As Relações Sociais e o Compadrio
Outro fato que ajuda a compreender a
importância desses festejos está relacionado
com a forma de sociabilidade que foi
característica da sociedade brasileira. Desde
o período colonial até meados do século XX,
a maioria da população de todas as regiões
do Brasil vivia no campo (até 1950, 70% da
população brasileira vivia na zona rural;
hoje, mais de 70% vive nas cidades). Fossem
colonos e agregados das fazendas agrícolas
ou vaqueiros em grandes fazendas de gado,
fossem pescadores nas regiões litorâneas ou
seringueiros na Amazônia, fossem sitiantes
por esse Brasil afora, os brasileiros viviam
integrados em grupos familiares, entendendo-se como família o conjunto de pais e
filhos, tios e primos, avós e sogros.
As relações familiares eram complementadas pela instituição do compadrio,
que servia para integrar outras pessoas à
família, estreitando assim os laços entre vizinhos e entre patrões e empregados. Até23
mesmo os escravos podiam ser apadrinhados pelos senhores de terra.
Havia duas formas principais de tornarse compadre e comadre, padrinho e
madrinha: uma era, e ainda é, pelo batismo;
a outra, por meio da fogueira. Nas festas de
São João, os homens, principalmente,
formavam duplas de compadres de fogueira:
ficavam um de cada lado da fogueira e
deveriam pular as brasas dando-se as mãos
em sentido cruzado. Era comum recitarem
versos como estes:
São João dormiu,
São Pedro acordô,
vamo sê cumpadre
que São João mandô.
(Nordeste sertanejo)
Ou:
São João disse,
São Pedro confirmou,
que nosso Senhor Jesus Cristo mandou
a gente ser compadre
nesta vida e na outra também.
(Amazônia cabocla)
Os laços de compadrio
eram muito importantes,
pois os padrinhos podiam substituir os pais na
ausência ou na morte
destes, os compadres integravam grupos de cooperação no trabalho agrícola e os
afilhados eram devedores de
obrigações aos padrinhos. A instituição
beneficiava os patrões, que tinham um
séquito de compadres e afilhados leais
tanto nas relações de trabalho como nas
campanhas políticas, quando se beneficiavam do voto de cabresto.
O compadrio ainda vigora em muitas
localidades, mas o processo de urbanização
que hoje atinge todas as regiões do país
enfraquece essa instituição e promove
diversas mudanças nas formas de sociabilidade. Atualmente, os favores (doações,
pagamentos, promessas) têm sido mais
importantes nas eleições do que a lealdade
advinda dos laços de compadrio.
São João em Caruaru e Campina Grande
Hoje as festas juninas possuem cor local. De acordo com a região do país,
variam os tipos de dança, indumentária e
comida. A tônica é a fogueira, o foguetório,
o milho, a pinga, o mastro e as rezas dos
santos.
No Nordeste sertanejo, o São João é
comemorado nos sítios, nas paróquias, nos
arraiais, nas casas e nas cidades. A importância dessa festa pode ser avaliada pelo
número de nordestinos e turistas que
escolhem essa época do ano para sair de
férias e participar dos festejos juninos. As
cidades de Caruaru, em Pernambuco, e
Campina Grande, na Paraíba, são as que
mais atraem gente curiosa em conhecer as
maiores festas de São João do mundo.
Caruaru criou uma cidade cenográfica,
a Vila do Forró, que é a réplica de uma
cidade típica do sertão, com casas coloridas
de arquitetura simples habitadas pela
rainha do milho, pela rezadeira, pela
rendeira, pela parteira. Ali há também
correio, posto bancário, delegacia, igreja,
restaurantes, teatro de mamulengo. Atores
encenam nas ruas o cotidiano dos habitantes da região. O maior cuscuz do mundo,
segundo o Livro Guinness de Recordes, é
feito lá, numa cuscuzeira que mede 3,3
metros de altura e 1,5 metro de diâmetro e
comporta 700 quilos de massa.
Uma das grandes atrações da festa é o
desfile junino na véspera de São João de
mais de vinte carros alegóricos, carroças
ornamentadas com cortejo de bacamarteiros, bandas de pífaros, quadrilhas,
casamentos matutos e grupos folclóricos.
Campina Grande construiu um Forró-
dromo que recebe todos os anos milhões
de pessoas. Elas se divertem assistindo a
apresentações do tradicional forró pé-deserra, de quadrilhas, cantores, bandas e
desfiles de jegues, participam de jogos e
brincadeiras e deleitam-se com as comidas
típicas vendidas nas barracas.
Na Região Norte
Na Amazônia cabocla, a tradição de
homenagear os santos possui um calendário
que tem início em junho, com Santo Antônio, e
termina em dezembro, com São Benedito. Cada
comunidade homenageia seus santos preferidos
e padroeiros, com destaque para os santos
juninos. São festas de arraial que começam no
décimo dia depois das novenas e nas quais
estão presentes as fogueiras, o foguetório, o
mastro, banhos, muita comida e folia.
No eixo Belém/Parintins/Manaus, desde os
tempos coloniais, a criação do boi, introduzida
pelos portugueses, deu lugar a manifestações
culturais que lhe são típicas: o boi-bumbá,
dançado em diversas ocasiões, transformou-se
atualmente em grande espetáculo, cujo ápice
é a disputa entre os grupos Caprichoso e
Garantido no Bumbódromo de Parintins, nos
dias 28, 29 e 30 de junho.
No Sudeste
A tradição caipira, especialmente a do
Sudeste do Brasil, caracteriza-se pelas festas
realizadas em terreiros rurais, onde não
faltam os elementos típicos dos três santos
de junho. Mas elas também se espalharam
pelas cidades e hoje as festas juninas
acontecem, principalmente, em escolas,
clubes e bairros.
Como em outras partes do Brasil, o
calendário das festas paulistas destaca os
rodeios e as festas de peão boiadeiro
como eventos ou espetáculos mais
importantes, que se realizam de março a
dezembro.
As festas juninas, com maior ou menor
destaque, ainda são realizadas em todas as
regiões do Brasil e representam uma das
manifestações culturais brasileiras mais
expressivas.
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Origem das Festas Juninas
Origem das Festas Juninas
O
calendário das festas católicas
é marcado por diversas comemorações de dias de santos. Seu ciclo mais
importante se inicia com o nascimento de
Jesus Cristo e se encerra com sua paixão e
morte. Na tradição brasileira, as maiores
festas são Natal, Páscoa e São João. As
comemorações de cunho religioso foram
apropriadas de tal forma pelo povo
brasileiro que ele transformou o Carnaval
— ritual de folia que marca o início da
Quaresma, período que vai da quarta-feira
de Cinzas ao domingo de Páscoa — em
uma das maiores expressões festivas do
Brasil no decorrer do século XX.
Do mesmo modo, as comemorações
de São João (24 de junho) fazem parte de
um ciclo festivo que passou a ser conhecido
como festas juninas e homenageia, além
desse, outros santos reverenciados em
junho: Santo Antônio (dia 13) e São Pedro e
São Paulo (dia 29).
Se pesquisarmos a origem dessas
festividades, perceberemos que elas
remontam a um tempo muito antigo, anterior ao surgimento da era cristã. De acordo
com o livro O ramo de ouro, de sir James
George Frazer, o mês de junho, tempo do
solstício de verão (no dia 21 ou 22 de junho
o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais
alto no céu; esse é o dia mais longo e a noite
mais curta do ano) no Hemisfério Norte, era
a época do ano em que diversos povos —
celtas, bretões, bascos, sardenhos, egípcios,
persas, sírios, sumérios — faziam rituais de
invocação de fertilidade para estimular o
crescimento da vegetação, promover a
fartura nas colheitas e trazer chuvas.16
Na verdade, os rituais de fertilidade
associados ao cultivo das plantas, incluindo
todo o ciclo agrícola — a preparação do
terreno, o plantio e a colheita —, sempre
foram praticados pelas mais diversas
sociedades e culturas em todos os tempos.
Das tradições estudadas por Frazer
destacam-se os ritos celebrados nas terras
do Mediterrâneo oriental (Egito, Síria,
Grécia, Babilônia) com o objetivo de regular as estações do ano, especialmente a
passagem da primavera para o verão, que
sela a superação do inverno.
A Coleta e o Cultivo
O ciclo anual da natureza prevê a morte
e o ressurgimento da vegetação. Todos os
anos as plantas passam por um processo de
transformação: no outono, as folhas mudam
de cor, tornando-se amareladas e murchas;
no inverno, elas caem e deixam a planta sem
folhas até que chega a primavera. O sol
então começa a brilhar com mais intensidade e a vegetação renasce, brota e floresce para oferecer as sementes do novo
ciclo, cujos frutos estarão maduros no verão.
No Hemisfério Norte, as quatro estações
do ano estão demarcadas nitidamente; na
região equatorial e nas tropicais do Hemisfério Sul, o movimento cíclico alterna os períodos de chuva e de estiagem, mas ainda assim
o ciclo vegetativo pode ser observado da
mesma maneira — alteração na coloração e
perda das folhas, seca e renascimento.
O que ocorre com a natureza é algo
semelhante à saga de Tamuz e Adônis, que
submergem do mundo subterrâneo e
retornam todos os anos para viver com
suas amadas Istar e Afrodite e com elas
fertilizar a vida.
As lendas de Tamuz e Adônis
“Na literatura religiosa da Babilônia,
Tamuz surge como o jovem esposo ou
amante de Istar, a grande deusa-mãe, a
personificação das energias reprodutivas da17
natureza. [...] Tamuz morria anualmente [...]
e todos os anos sua amante divina viajava,
em busca dele, ‘para a terra de onde não
há retorno, para a mansão das trevas, onde
o pó se acumula na porta e no ferrolho’. Durante sua ausência, a paixão do amor deixava de atuar: homens e animais esqueciam
de reproduzir-se, toda a vida ficava amea-
çada de extinção. Tão intimamente ligadas
à deusa estavam as funções sexuais de todo
o reino animal que, sem a sua presença, elas
não podiam ser realizadas. [...] A inflexível
rainha das regiões infernais, Alatu ou EreshKigal, permitia, não sem relutância, que Istar
fosse aspergida com a água da vida e
partisse, provavelmente em companhia do
amante Tamuz, para o mundo superior e que,
com esse retorno, toda a natureza revivesse.”
“Refletida no espelho da mitologia
grega a divindade oriental, Adônis surge
como um belo jovem, amado de Afrodite. Em
sua infância, a deusa o ocultou numa arca,
que confiou a Perséfone, rainha dos infernos. Mas, quando Perséfone abriu a arca e
viu a beleza da criança, recusou-se a
devolvê-la a Afrodite [...]. A disputa entre as
deusas do amor e da morte foi resolvida por
Zeus, que determinou que Adônis devia viver
parte do ano com Perséfone no mundo inferior, e com Afrodite, no mundo superior ou
na terra, durante a outra parte. [...] a luta
entre Afrodite e Perséfone pela posse de
Adônis reflete claramente a luta entre Istar
e Alatu na terra dos mortos, ao passo que a
decisão de Zeus de que Adônis devia passar
parte do ano no mundo inferior e parte do
ano no mundo superior é apenas uma versão
grega do desaparecimento e reaparecimento anual de Tamuz.”
(Frazer, 1978, p. 123)
Com o tempo os homens, além de
desfrutar o ciclo da natureza coletando seus
frutos, passaram a domesticar animais e a
cultivar plantas para sua alimentação. O
cultivo de raízes e legumes, juntamente com18
a caça, a pesca e a coleta, representa o
conjunto das atividades produtivas que
tornaram possível a adaptação da espécie
humana em todas as regiões do planeta,
mas foi a produção de grãos e a domesticação de animais que ampliaram essa
capacidade adaptativa.
Imitando o ciclo anual da natureza, o
homem descobriu as sementes que podia
guardar a cada colheita e replantar no ano
seguinte, quando seriam fertilizadas pela
incidência solar e irrigadas pelas chuvas. As
sementes dos grãos germinam e crescem. O
homem colhe, debulha, seca e tritura os
grãos para que eles se tornem seu alimento.
Rituais de Fertilidade
Com o cultivo da terra pelo homem,
surgiram os rituais de invocação de fertilidade para ajudar o crescimento das plantas e proporcionar uma boa colheita.
Na Grécia, por exemplo, Adônis era
considerado o espírito dos cereais. Entre os
rituais mais expressivos que o homenageavam estão os jardins de Adônis: na primavera, durante oito dias, as mulheres plantavam
em vasos ou cestos sementes de trigo, cevada,
alface, funcho e vários tipos de flores. Com o
calor do sol, as plantas cresciam rapidamente
e, como não tinham raízes, murchavam ao
final dos oito dias, quando então os pequenos
jardins eram levados, juntamente com as
imagens de Adônis morto, para ser lançados
ao mar ou em outras águas.
Os rituais de fertilidade perduraram
através dos tempos. Na era cristã, mesmo
que fossem considerados pagãos, não era
mais possível acabar com eles. Segundo
Frazer, é por esse motivo que a Igreja
Católica, em vez de condená-los, os adapta
às comemorações do dia de São João, que
teria nascido em 24 de junho, dia do solstício.
O Dia de São João na Sardenha
Conta Frazer que, no início do século XX,
na Sardenha, os jardins de Adônis ainda eram19
plantados na festa do solstício de verão, que
lá tem o nome de festa de São João:
“No final de março ou 1o
de abril, um
jovem da aldeia se apresenta a uma moça,
pede-lhe para ser a sua comare (comadre
ou namorada) e oferece-se para ser o seu
compare. O convite é considerado como
honra pela família da moça e aceito com
satisfação. No fim de maio, a moça faz um
vaso com a casca de um sobreiro, enche-o
de terra e nele semeia um punhado de trigo
e cevada. Como o vaso é colocado ao sol e
regado com freqüência, os grãos brotam
com rapidez e, na véspera do solstício
(véspera de São João, 23 de junho), já está
bem desenvolvido. [...] No dia de São João,
o rapaz e a moça, vestidos com suas melhores roupas, acompanhados por uma
grande comitiva e precedidos de crianças
que correm e brincam, vão em procissão até
uma igreja da aldeia. Ali quebram o vaso,
lançando-o contra a porta do templo.
Sentam-se em seguida em círculo na grama
e comem ovos e verduras ao som da música
de flautas. O vinho é misturado numa taça
servida a todos, que dela vão bebendo,
passando-a adiante. Em seguida dão-se as
mãos e cantam ‘Namorados de São João’
(Compare e comare di San Giovanni) várias
vezes, enquanto as flautas tocam durante
todo o tempo. Quando se cansam de cantar,
levantam-se e dançam alegremente em
círculo até a noite”.
(Frazer, 1978, p. 133)
Outro aspecto que aproxima a festa de
São João às de Adônis e Tamuz é o costume
de tomar banhos no mar, em rios, nascentes
ou no sereno na noite da véspera. Também
perdura, desde os tempos antigos, o costume
de acender fogueiras e tochas, que devem
livrar as plantas e colheitas dos espíritos maus
que podem impedir a fertilidade.2021
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As Comemorações Juninas no Brasil
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Brincadeiras Juninas
BRINCADEIRAS JUNINAS
Época de Festa Junina é tempo bom para brincar! Junto com os tradicionais jogos nas barracas, como Pescaria, Argolas e Toca do Coelho, são muito populares também as gincanas, com os mais variados jogos de terreiro: Corrida de sacos, Ovo na colher, Corrida de três pés e muitos outros. São brincadeiras que reúnem a família, integram turmas e divertem gente de todas as idades! Veja como realizar os jogos mais conhecidos:
Pesca da maçã
Cada competidor tem à sua frente um balde grande, cheio de água e com uma maçã boiando. Suas mãos devem ficar para trás e, ao aviso do juiz, deve tentar pegar a maçã com a boca. O primeiro que tirar a maçã da água e colocar na mão do juiz é o vencedor.
Ovo na colher
Cada competidor deve equilibrar, segurando com a boca, uma colher com um ovo em cima. Todos partem em direção à linha de chegada a partir do apito do juiz. Os que derrubarem o ovo no caminho são desclassificados. Ganha quem alcançar primeiro a linha de chegada com o ovo na colher. Dica: para evitar sujeira, os ovos devem ser cozidos.
Carrinho de mão
Essa brincadeira é feita em duplas: um competidor é o carrinho e o outro é o motorista (que segura as pernas do "carrinho", e este fará a corrida com as mãos). As duplas ficam alinhadas até o sinal do juiz e vencem aqueles que alcançarem primeiro a linha de chegada.
Corrida de funis
Em uma corda comprida, introduzir dois funis com a parte mais estreita voltada para um laço feito no centro. Os funis devem ser estar um em cada ponta e os jogadores ficam atrás deles, voltados para o centro da corda. O objetivo é soprar os funis até o laço: ganha quem fizer isso primeiro.
Corrida do saci
Os competidores ficam lado a lado, voltados para a linha de chegada. Ao apito do juiz, todos devem sair pulando em um pé só. Quem trocar de pé no meio do caminho é desclassificado.
Corrida de sacos
Podem ser usados sacos de lixo, de cebola ou de batata. Dentro de cada saco, um competidor. Todos dão a largada ao sinal do juiz, pulando. O primeiro que alcançar a linha de chegada será o vencedor.
Corrida de três pés
Também é feita em duplas: lado a lado os integrantes de cada dupla têm uma perna amarrada à do amigo. Juntos, eles precisam alcançar a linha de chegada, a partir do apito do juiz. Vale correr ou pular, mas se a dupla se soltar está desclassificada!
Pesca da maçã
Cada competidor tem à sua frente um balde grande, cheio de água e com uma maçã boiando. Suas mãos devem ficar para trás e, ao aviso do juiz, deve tentar pegar a maçã com a boca. O primeiro que tirar a maçã da água e colocar na mão do juiz é o vencedor.
Ovo na colher
Cada competidor deve equilibrar, segurando com a boca, uma colher com um ovo em cima. Todos partem em direção à linha de chegada a partir do apito do juiz. Os que derrubarem o ovo no caminho são desclassificados. Ganha quem alcançar primeiro a linha de chegada com o ovo na colher. Dica: para evitar sujeira, os ovos devem ser cozidos.
Carrinho de mão
Essa brincadeira é feita em duplas: um competidor é o carrinho e o outro é o motorista (que segura as pernas do "carrinho", e este fará a corrida com as mãos). As duplas ficam alinhadas até o sinal do juiz e vencem aqueles que alcançarem primeiro a linha de chegada.
Corrida de funis
Em uma corda comprida, introduzir dois funis com a parte mais estreita voltada para um laço feito no centro. Os funis devem ser estar um em cada ponta e os jogadores ficam atrás deles, voltados para o centro da corda. O objetivo é soprar os funis até o laço: ganha quem fizer isso primeiro.
Corrida do saci
Os competidores ficam lado a lado, voltados para a linha de chegada. Ao apito do juiz, todos devem sair pulando em um pé só. Quem trocar de pé no meio do caminho é desclassificado.
Corrida de sacos
Podem ser usados sacos de lixo, de cebola ou de batata. Dentro de cada saco, um competidor. Todos dão a largada ao sinal do juiz, pulando. O primeiro que alcançar a linha de chegada será o vencedor.
Corrida de três pés
Também é feita em duplas: lado a lado os integrantes de cada dupla têm uma perna amarrada à do amigo. Juntos, eles precisam alcançar a linha de chegada, a partir do apito do juiz. Vale correr ou pular, mas se a dupla se soltar está desclassificada!
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segunda-feira, 3 de junho de 2013
Origem, comidas típicas e tradições das Festas Juninas - Atividade Ensino Religioso Festa Junina
ORIGEM DA FESTA JUNINA
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. DaFrança veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas,afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
FESTAS JUNINAS NO NORDESTE
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.
COMIDAS TÍPICAS
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
TRADIÇÕES
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
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